segunda-feira, 31 de março de 2008

Cuspe e Giz



Sete letras. Três sílabas. Ensinar...

Ensinar é mais do que orientar, formar, instruir.

Ensinar é plantar.

Plantar sementes duradouras.

Sementes fortes.

Não sou professora por formação. Sou professora por vocação, por amor. E por ser assim reconheço imediatamente aqueles que o fazem por dinheiro, por falta de opção profissional ou apenas para usar a educação como ferramenta de doutrinação ideológica. É duro olhar nos olhos de um colega e enxergar o vazio que representa, na vida dele, a sublime missão de ensinar.

Nesta minha caminhada, deparei-me com diversas situações, algumas tristes, outras cômicas. Porém nada me deixa mais indignada do que aquelas às que posso chamar de situações inadmissíveis.

Imaginem...

Imaginem um colega professor que assina, em seus diários e pautas, assuntos que nunca deu aos alunos!

Imaginem um colega professor fumando em uma sala de aula com alunos de 10 e 11 anos de idade!

Imaginem um colega professor que fica um mês sem dar aula, sem tirar licença médica, ou apresentar quaisquer justificativas!

Imaginem um colega professor que doutrina ideologicamente os alunos, insistindo em que eles assimilem suas ideias partidaristas, engolindo-as como verdades absolutas.

Imaginem um colega professor que ensina assuntos errados e ao ser contestado por um pai, possuidor de conhecimentos da matéria, tem a cara de pau de dizer que não ensinou errado, os alunos é que entenderam errado.

Imaginem...

Imaginem um colega professor que assedia sexualmente um aluno de 14 anos!

Imaginem um colega professor que expulsa de sua sala de aula os alunos pobres que não podem comprar livros de literatura!

Imaginem um colega professor que persegue os alunos que não comungam da sua ideologia partidária, conferindo-lhes notas aquém do que eles mereciam.

Imaginem um colega professor que humilha em sala de aula, alunos que questionam as ideologias que o mestre tenta impor.

Imaginem um colega professor que confessa não corrigir os trabalhos dos alunos, aferindo notas pela capa!

Imaginem um colega professor que nunca comparece às aulas de sábado porquê não gosta de trabalhar nos fins de semana!

Imaginem...

Imaginem um traficante entre os alunos de uma classe, passando maconha, dentro de um caderno, em plena sala de aula!

Imaginem dezenas de crianças se acotovelando nas filas de merenda para tomar uma mísera caneca de sopa ou mingau, mesmo sabendo que a quantidade não será suficiente para todos.

Imaginem um aluno de oitava série escrevendo a palavra COMIGO, desta forma: com migo (isso mesmo, separada em duas partes).

Imaginem diários de classe adulterados no calar da noite, substituindo notas abaixo da média por gloriosos 8,0 e 9,0. Maquiando as estatísticas da qualidade de ensino da instituição.

Imaginem mães preocupadas com a frequência escolar dos filhos, não por motivos educacionais, mas por medo de perderem o misero dinheirinho do bolsa família!

Eu não imagino.

Eu vivi.

Vi com meus próprios olhos essa realidade imunda.

Uma realidade tão suja que nos perguntamos se é realmente verdade.

Uma realidade vergonhosa.

Um Brasil que não deveria existir.

Não acredito na eficácia desse método que declara alfabetizados aqueles que mal fazem um O com um copo.

Não acredito em aceleração, dependência ou qualquer outra nomenclatura que inventem para maquiar as reais estatísticas da educação em nosso país.

O problema não é a falta de escolas ou professores, os péssimos salários ou as más condições de trabalho.

O problema está no desmoronamento ético e moral do ser humano. Está na destruição da identidade que é defendida pela cultura dos "ismos".

O sistema atual não planta sementes,  ele apodrece árvores, torna os frutos ocos, meros repetidores de uma cartilha que eles sequer entendem.

Continuarei sendo uma semeadora. Ainda que minhas sementes sejam levadas pelo vento.
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sexta-feira, 14 de março de 2008

Com a letra A

Começa sempre assim: um olhar, um gesto, algumas palavras ao acaso. Isso poderia ser o início de muita coisa. Mas falo, em especial, sobre o Amor.
Complexo e simples. Assim ele o é. Parafraseando a música dos Raimundo: “ Complicado e perfeitinho, você me apareceu...”
A experiência de vida agregada ao Amor é única, em especial, ao Amor Conjugal.
Chega a ser quase uma ciência ou uma arte, a convivência amorosa.
Amar implica em muitas coisas.
Falar de tudo seria longo e, ainda assim, capenga. Pois que, o Amor possui mais faces do que a mais intrincada das mandalas.

Uma das palavras chaves para o Amor é CEDER, haja visto que no Amor não há lugar para a tirania ou opressão.
Se ele penteia seus cabelos, você faz o prato dele na hora do almoço. O interessante é que: ele odeia creme de pentear e você acha chatíssimo o ritual na hora de arrumar o prato. Porém, o Amor é maior do que isso.

O Amor não precisa de grandes demonstrações. Necessita sim, ser alimentado de pequenas provas constantes.

Quando amamos não nos arrependemos daquilo que deixamos de fazer. Tudo fica em estado de graça.

Existem os que dizem que o Ódio é muito próximo do Amor.
ERRADO!!!

Não há lugar para os sentimentos negativos no coração de quem ama.

O Amor precisa de recompensa, troca, entrega.

Mas nunca devemos depositar totalmente a nossa felicidade no outro. O Amor sabe e ensina a encontrá-la dentro de si.

Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, Abelardo e Heloísa, Hércules e Mégara...a lista é infindável. Histórias de Amor Imortal. Ficção ou não. A vida real é cheia de personagens como estes. Embalam os sonhos de milhões de seres em todo o mundo. Todos desejam encontrar um Amor assim. Uma busca frenética pela própria complementação.
Afinal, o Amor também é isso: completar-se.

É aprender a comer Mostarda ou tomar suco de Graviola. É uma troca.

Amar também é compreender. Acima de tudo, integral e pacientemente.

O Amor caminha sempre de mãos dadas com a paciência e a temperança.

Amar também é ter medo. Sim, isto mesmo. Medo de perder o que tens de mais precioso na vida. Quem ama teme. Mesmo que não seja evidente, que saibamos disfarçar a angústia desse medo, ele sempre está lá, encolhidinho, no fundo de nossos corações.

O Amor é posto à prova em todos os instantes de sua existência.

Todos os dias Deus nos coloca em situações para refletirmos. Não que Ele deseje o fim do Amor. Mas sim, porquê deseja seu crescimento e aperfeiçoamento, muito embora, em determinadas ocasiões, não saibamos ler os sinais. A mensagem é sempre a mesma: “Amar é a mais sublime coisa que existe!”

Quando amamos chegamos mais perto do divino.

O Amor não peca. Não existe pecado quando se ama.

Felizardo são aqueles que encontraram o Amor. Mas se você ainda na adentrou a este grupo, não se preocupe. Com certeza você há de entrar. Porém não esqueça nunca de fazer o prato ou pentear os cabelos.
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