terça-feira, 13 de novembro de 2007

Educação

Escolas não estão preparadas para o “ensino do século 21”, diz pesquisador

A maior parte das escolas de todo o mundo parou no tempo e ainda não se adequou aos desafios do século 21. É o que diz a pesquisa de David Albury, especialista da Global Education Leaders’ Program – Gelp. Para ele, enquanto a sociedade se desenvolve e depende cada vez mais de novas tecnologias, as instituições de ensino parecem não saber como acompanhar essas transformações e sofrem para se comunicar com os alunos. Para tal constatação, o pesquisador reuniu 10 países, entre eles o Brasil, e avaliou a implantação de um sistema educacional adequado aos conhecimentos, necessidades e habilidades requeridos para os dias atuais.
Para o estudioso, embora já existam exemplos de escolas adotando novas metodologias de ensino, ainda não é possível apontar um caminho certo a seguir, nem tampouco calcular em quanto tempo o mundo adotará a chamada “educação para o século 21″, capaz de conquistar e atrair os estudantes e de proporcionar, de fato, um ensino de qualidade aplicado à vida adulta. Como exemplo do lapso entre o que o mercado quer dos jovens recém-formados e o que eles aprendem nas escolas, Albury cita alguns dos pré-requisitos que ainda não entraram nas grades curriculares, como a capacidade de trabalhar em equipe, de solucionar problemas, de se comunicar bem, além da criatividade e do empreendedorismo.
A pesquisa reforçou a adoção de um ensino mais personalizado, com um currículo que atenda ao perfil, aos problemas, às necessidades e aos interesses dos alunos. Albury também defendeu o uso das novas tecnologias, mas com cuidado. “A tecnologia, embora fundamental, não é tudo em uma instituição de ensino”, disse. Ao apresentar uma análise dos desafios e obstáculos com os quais os educadores se deparam, o estudioso não culpou os alunos pela falta de interesse nos estudos. “Não são os alunos de hoje que são desengajados. Nós é que não soubemos engajá-los a aprender”, completou.
Para identificar soluções referentes aos inúmeros problemas que a educação, no mundo todo, enfrenta, a equipe de Albury tem percorrido diversos países em busca de instituições de ensino que tenham adotado experiências inovadoras e bem-sucedidas. A ideia é fazer com que essas experiências possam servir de exemplo tanto para países ricos quanto para países em desenvolvimento, implantando aos poucos projetos pilotos desses novos modelos de educação. Entretanto, ainda será preciso percorrer um longo caminho até que se alcance os mecanismos capazes de serem disseminados e implantados em escalas maiores. “Ainda não sabemos como testar, no modelo proposto por nós, o aprendizado dos alunos. E como vamos avaliar e capacitar os professores. O Brasil, por exemplo, levou 300 ou 200 anos para desenvolver o sistema de educação que tem hoje. Então, essa mudança não vai acontecer de uma hora para outra, vai levar anos, talvez décadas”, afirmou.

Com informações do Portal Terra.





MEC está desenvolvendo plataforma nacional digital da educação básica


O Ministério da Educação – MEC está elaborando, em conjunto com secretarias, organizações sem fins lucrativos e empresas, uma plataforma nacional digital para a educação básica. A ideia é oferecer aulas digitais com objetos de aprendizagem variados (vídeos, textos e jogos), e um conteúdo esquematizado, de modo que cada rede ou escola organize seu currículo. A ferramenta começou a ser desenvolvida em fevereiro e deve ser lançada no início de 2014.

A plataforma será equipada com aulas prontas, divididas em três níveis de complexidade, e com ferramentas de customização e criação de novas atividades, áreas de compartilhamento e orientações para os professores. O portal deve contar ainda com um sistema de avaliação que, além de monitorar o que o aluno aprendeu, já o direcione para um exercício ou conteúdo específico.

O plano inicial era começar a construção do projeto com uma plataforma voltada para os anos finais do ensino fundamental. Mas, por conta da preocupação do governo federal com o ensino médio, essa etapa também será contemplada. O conteúdo dessa nova plataforma será organizado de acordo com as expectativas de aprendizagem baseadas nos descritores da Prova Brasil.

Além de prever a produção de conteúdo especialmente para formar o portal, o projeto também deve reunir iniciativas bem-sucedidas realizadas pelo país. Uma delas seria a Educapédia, plataforma utilizada em uma escola pública do Rio de Janeiro.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo








Embora maioria considere importante, apenas 37% leem para crianças

Segundo pesquisa da Fundação Itaú Social sobre leitura infantil, realizada em parceria com o Datafolha, 96% dos brasileiros consideram importante ou muito importante incentivar a leitura entre crianças de até cinco anos de idade. Apesar disso, apenas 37% afirmaram ler para crianças, comportamento que reproduz a experiência que esses adultos tiveram na infância. Segundo a pesquisa, 60% dos entrevistados afirmaram não ter vivenciado a leitura durante sua infância, mas gostariam que alguém tivesse lido para eles.
Para a pesquisa foram ouvidas 2.074 pessoas com mais de 16 anos de idade de 133 municípios de todo o Brasil. “O nosso objetivo foi medir a percepção sobre a importância da leitura para crianças pequenas, mas também o envolvimento do adulto nessa tarefa”, declarou o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias. De acordo com o vice-presidente, a pesquisa é uma das ações da campanha que reconhece no estímulo à leitura uma oportunidade para que a sociedade se mobilize em torno dos direitos da criança e do adolescente. “Lutamos por essa causa porque muitos estudos já mostraram que a leitura na primeira infância pode ajudar muito no desenvolvimento dessas crianças”, completou.
Ampliação do vocabulário e do repertório da criança, maior senso crítico, criatividade estimulada e mais facilidade para escrever estão entre os benefícios da leitura para as crianças. De acordo com estudo do economista James Heckman, ganhador do prêmio Nobel de Economia, uma criança de 8 anos que é incentivada a ler domina cerca de 12 mil palavras, três vezes mais do que uma criança que não tenha recebido o mesmo estímulo.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre por quais razões eles consideram importante incentivar uma criança a ler: 54% citaram o desenvolvimento intelectual e cultural; 36% acreditam que a leitura na infância ajuda na formação educacional e na criação do hábito de ler; 10% dos entrevistados apontaram o desenvolvimento de valores éticos como principal razão; enquanto 9% apontaram o desempenho no mercado de trabalho.
Já dos 4% que responderam considerar pouco importante ou que não reconhecem razão para que crianças de até 5 anos leiam, 79% disseram que a criança ainda é muito nova, está na idade de brincar e, segundo alguns, a leitura poderia “enjoar” as crianças de estudar antes mesmo de frequentar a escola. Segundo a gerente de projetos do Instituto Pró Livro, Zoara Failla, tal percepção é equivocada. “A leitura também é uma forma de brincar. A criança vai se divertir com as ilustrações e com as pequenas frases que podem ser lidas pelo adulto. É um momento de familiarização, de descoberta. Basta ver como os pequenos pedem a repetição de uma boa história para ver como esse contato é lúdico”, afirmou.
A discrepância entre o reconhecimento da importância da leitura para crianças pequenas e sua prática revela, para Márcia Quintino, coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú Social, uma lacuna a ser preenchida. Para a coordenadora, é preciso convidar o adulto a ler para as crianças, um desafio que pertence a toda sociedade. “Para a criança, o espaço doméstico é privilegiado e a leitura só aumenta a qualidade do tempo que se passa em família”, disse Márcia.

Acesso gratuito a títulos infantis
A Fundação Itaú Social está promovendo campanha nacional de incentivo à leitura na infância com o objetivo contribuir para uma educação de qualidade, direito fundamental de toda criança. Pais, educadores, voluntários de instituições sociais e demais pessoas que aderirem à mobilização têm acesso gratuito a uma coleção com três títulos recomendados por especialistas em literatura infantil: Lino, de André Neves (Editora Callis); Poesia na varanda, de Sônia Junqueira (Editora Autêntica); e O ratinho, o morango vermelho maduro e o grande urso esfomeado, de Don e Audrey Wood (Editora Brinque-Book). Os interessados podem solicitar a coleção gratuitamente nesta página.

Com informações da Agência Estado e do Educar Para Crescer

Fonte: Via blog



Projeto incentiva a leitura entre jovens por meio da criação de blogs


Para incentivar o hábito da leitura entre os jovens, um projeto da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura – OEI e da Fundação SM buscou unir o livro à internet, principal meio de comunicação entre os adolescentes.
O projeto ¿Qué estas leyendo? [O que está lendo?, em português] incentiva o jovem a criar um blog ou utilizar um que já tenha para compartilhar sua experiência como leitor.

O resultado surpreendeu os organizadores: mais de 800 estudantes, entre 12 e 15 anos, participaram da iniciativa em 16 países – a maioria de língua espanhola. O Uruguai foi o país com maior adesão ao projeto, com a criação de 224 blogs, entre março e agosto de 2012.
Os jovens usaram diferentes ferramentas (vídeos, imagens e texto) para compartilhar dicas de obras que estão lendo ou que recomendam a leitura.
Até o fim do ano, será escolhido o melhor blog de cada país por uma comissão julgadora que está sendo estruturada.Segundo a coordenação do projeto, a primeira edição funcionou como um piloto e na próxima etapa o objetivo é ampliar a participação, incluindo jovens brasileiros. Além dessa experiência, outros projetos de estímulo à leitura estão em andamento.
Na Costa Rica, o Ministério da Educação produziu uma campanha de televisão em que atletas, cantores, atores e músicos apresentavam seus livros preferidos e convidavam o público a “ler com eles”. O governo costa-riquenho sugere que outros países façam o mesmo, convocando os ídolos locais.
Fonte: Agência Brasil




Currículo do ensino médio poderá ser modificado com base no Enem


Depois dos resultados insuficientes do ensino médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, o Ministério da Educação – MEC decidiu retomar um velho debate: a construção de um novo currículo inspirado no Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.
Para isso, o MEC planeja integrar diversas disciplinas, conforme a proposta do Enem, que divide as matrizes curriculares em quatro grandes grupos: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza.
Em 2011, o Conselho Nacional de Educação – CNE aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio. Dentro da proposta está a flexibilização do formato atual, que possui 13 disciplinas obrigatórias, o que pode prejudicar a aprendizagem do aluno.
Segundo o secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, as disciplinas não serão eliminadas, mas integradas aos componentes curriculares do ensino médio nas quatro áreas de conhecimento, ao invés de fracionadas, como ocorre hoje.
Semana que vem, o ministro Aloízio Mercadante se reunirá com os secretários de Educação para discutir os caminhos e articular a mudança. O primeiro passo já foi dado. A próxima compra de livros didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam organizadas nesse formato.

Com informações da Agência Brasil






Internet: Vilã ou parceira?



É inegável a revolução que a internet proporciona para a educação, em especial para os mais jovens. Pesquisas e mais pesquisas a este respeito demonstram que o mundo virtual cada vez mais se sobrepõe às técnicas de ensino mais tradicionais. Se hoje parece improvável desvincular uma e outra coisa, é válida a tarefa de questionar os aspectos positivos e negativos da internet para a formação intelectual e profissional de nossos jovens.
Comecemos pelo lado bom, aquele relacionado à facilidade que a internet proporciona quando se trata de fazer pesquisas, buscar informações e alcançar fontes de consulta que eram inacessíveis há pouco mais de 10 anos. O jovem de hoje tem um mundo inteiro ao alcance, e isso amplia o seu repertório e mesmo a capacidade de entender o mundo em que vive.
Crianças e jovens passam cada vez mais tempo conectados à internet. Segundo o Norton Online Living Report (NOLR), pessoas entre 8 e 17 anos no Brasil passam 70 horas mensais conectadas a web. E boa parte deste tempo – 13 horas por semana – é utilizada em redes sociais. Com este novo perfil de jovens conectados, o uso da tecnologia para estimular ou aprimorar o aprendizado é considerado um caminho para atrair a atenção deste público.
Estudiosos e pesquisadores ainda divergem sobre o assunto. De unânime, apenas a certeza que este é um campo que ainda não foi explorado totalmente, pois o desenvolvimento de novas plataformas está em constante evolução. Há aqueles que defendem até mesmo a substituição de professores por máquinas, como é o caso do indiano radicado na Inglaterra, Sugata Mitra,professor de Tecnologia Educacional da Newcastle University.
Para Gabriel Costa, diretor pedagógico do site Seu Professor, que oferece reforço escolar via internet para estudantes do ensino fundamental e médio, utilizar o tempo que o jovem está conectado para estimular seu aprendizado é uma tendência que precisa ser mais explorada: “os estudantes saem das aulas convencionais com dúvidas, e tentam resolvê-las na web, mas não encontram ainda conteúdo 100% confiável. Por isso é importante utilizar plataformas online que o estimulem”, avalia.
O site funciona desde 2009 em colégios de Santa Catarina e, a partir de agosto de 2011, expandiu suas atividades para todo o país. Já são mais de 32 mil usuários. O diretor credita este número também à timidez dos jovens: “nossa experiência mostra que os alunos ainda são tímidos na hora de expor suas dúvidas em sala, e acabam levando esses questionamentos para casa. E como muitos pais não se lembram do conteúdo da escola, a internet é a única forma de pesquisa”.
Uma ala de educadores é mais reticente sobre o assunto, pois acredita que pela internet o jovem copiaria o exercício e não aprenderia, de fato.
Em pesquisa realizada pelo IBGE, um dado nos salta aos olhos: enquanto o número de municípios com acesso à internet cresceu 178% nos últimos sete anos, houve uma expressiva queda, de 15,5%, no número de cidades com livrarias.
O que se pode depreender de tudo isso é que o maior acesso à internet não se traduz necessariamente em maior acesso à cultura. Muito disso se deve às múltiplas possibilidades oferecidas pela web, incluindo comunidades virtuais, meios de comunicação instantânea e sites que trazem conteúdo pouco instigante para a formação intelectual. Ou seja, ficar mais tempo diante do computador nem sempre é produtivo para a educação tida como formal.
Da pesquisa do IBGE, é possível absorver ainda outro dado preocupante, o de que apenas 4,2% das cidades brasileiras têm uma secretaria municipal exclusiva para a área de cultura. De certa forma, isso se reflete diretamente na pouca capacitação profissional de nossos jovens, contribuindo para um cenário em que coexistem altos índices de desemprego e falta de mão-de-obra qualificada em setores específicos.
Entre prós e contras, o que se espera é que a internet seja cada vez mais um instrumento a serviço da educação e da qualificação para o mercado de trabalho. Mais do que apenas facilitar o acesso, é preciso criar condições para que o jovem saiba como tirar o melhor proveito deste novo mundo que é cada vez mais hegemônico na educação do brasileiro.







A Importância do Psicopedagogo na Instituição de Ensino

Segundo Piaget (1975), é devido ao jogo que a criança assimila o mundo com a finalidade de atender seus desejos e fantasias. Esse jogo evolui, dando início aos exercícios funcionais, evoluindo também os jogos de construção para ampliar, gradativamente, aos jogos com regras, dando origem à lógica operatória. Este tipo de jogo revela uma lógica tão necessária para a estruturação da personalidade humana quanto à lógica formal, advinda das estruturas cognitivas.
É importante que, na educação infantil, as atividades sejam planejadas e combinadas a partir de uma “rotina”. Saber o que vai acontecer numa seqüência diminui a ansiedade da criança em relação ao desconhecido.
Devido ao caráter social, o jogo de regras favorece cooperação ao submeter às ações dos sujeitos às normas de reciprocidade. Educação e Psicologia unem-se para solucionar problemas de caráter educativo; nem sempre os meios ajudam na realização dos princípios educacionais, sendo necessário a realização de estratégias pedagógicas adequadas, para possibilitar aos educandos uma postura de liderança, diálogo, visão, pensamento e ação.
Na tentativa de resolver os problemas no decorrer do jogo, o sujeito cria estratégias e avalia os resultados obtidos das metas a alcançar naquela atividade. Sendo que seus fracassos originam conflitos no indivíduo e assim formam-se os mecanismos de equilíbrio cognitivo.

“As regulações ativas geradas por este processo implicam decisões deliberadas dos indivíduos que originam novos procedimentos de jogo. Apresentam um caráter construtivo e por meio delas a retomada de uma ação é sempre modificada pelos resultados da ação anterior em um processo contínuo de modificação das ações seguintes, em função dos resultados das ações precedentes”. (MACEDO, 1994)

Numa intervenção psicopedagógica, o educador deve equilibrar uma atuação mais e menos diretiva, de acordo com o tipo de tarefa realizada pelos sujeitos. Em tarefas verbais a atuação pode ser mais diretiva, pois, solicita a interpretação das ações e das falas dos sujeitos; Já nas práticas, podem ser menos diretiva, pois, seu objetivo é apenas orientar a ação que a pessoa realiza.
A utilização do jogo de regras nada mais é que um recurso terapêutico/ escolar, utilizado tanto pelo psicopedagogo ou educador, exigindo conhecimento de sua estrutura e clareza dos objetivos a serem atingidos. A atuação do Psicopedagogo visa o amadurecimento da identidade, procurando à sintonia da realidade atual, adequando à escola na sociedade. Durante o processo de intervenção psicopedagógica os jogos de regras foram desenvolvidos respeitando sua natureza de estrutura interna, nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais. A ação psicopedagógica é uma releitura processo de aprendizagem, permitindo novos significados, gerando práticas mais consistentes.
Um objetivo crucial da Psicopedagogia é o dever investigativo do fator de aprendizado ou não - aprendizado no caso de algumas crianças.
A prática psicopedagógica veio contribuir para dar flexibilidade na atuação e manejo docente. Decorrente a esse fator, alguns profissionais buscam ações específicas, integradas e complementares através de um projeto escolar coerente e impulsionador de valores e relações humanas, vividos no ambiente escolar. Este Projeto deve envolver o recurso humano: professores, alunos, comunidade para, através dele, transformar não só a cultura que se vive na escola, mas na sociedade.
A educação deverá ocupar, com urgência, seu papel. Ela lida com o previsto, com o planejado. Ela necessita atentar para a construção civilizatória, lidar com a consciência e a razão do sujeito. Sua metodologia prevê ordem, estabilidade, previsibilidade. Na escola, o psicopedagogo pode analisar a identidade da instituição, os papéis e as funções na dinâmica relacional, os conceitos de aprendizagem, ensino, inclusão; o diálogo com as famílias, etc.







--> --> -->A Hiperatividade no contexto escolar

O termo hiperatividade, clinicamente conhecido como Transtorno de Déficit de Atenção, é considerado um distúrbio crônico, que surge geralmente na primeira infância isto é, antes dos sete anos. Pode afetar desde crianças, adolescentes e até mesmo alguns adultos. Seus sintomas variam e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Uma criança hiperativa é muitas vezes considerada intelectualmente normal ou acima da média, mas por outro lado, apresenta problemas de aprendizado e indisciplina.
A criança hiperativa apresenta alteração comportamental, diminuição da persistência e consistência ao realizar as atividades de rotina, sejam elas escolares, desportivas, ou motoras (movimentar de forma exagerada pernas, braços, cabeça). Além disso, apresenta impaciência em se manter em uma determinada tarefa, não tem noção de perigo e, principalmente, não tem limites.
O genuíno comportamento de hiperatividade interfere em todos os âmbitos da vida dessas crianças. É fácil observar se a criança possui ou não esse distúrbio, pois é incapaz de filtrar estímulos, ficando facilmente distraída, fala muito, ou mesmo, alto demais e em momentos inoportunos, está em constante movimento, sendo incapaz de ficar quieta, é impulsiva, não se concentra para olhar ou ouvir. É de suma importância enfatizar que a criança hiperativa não apresenta obrigatoriamente todos esses comportamentos e, conforme as circunstâncias, podem variar a intensidade em que ocorrem.
Crianças hiperativas são geralmente muito inteligentes. Elas sabem que determinados comportamentos são inaceitáveis. Apesar de todo o desejo de agradar sendo educada e obediente, a criança com essa disfunção não consegue se conter. Isso pode acabar sendo frustrante, desanimador e vergonhoso para a mesma. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa. Muitas vezes pode se sentir isolada e segregada dos colegas, mas não entende por que é tão diferente, o que poderá implicar na criação de perturbações em suas próprias incapacidades, podendo sofrer de stress, tristeza e baixa auto-estima.
Outra alteração extremamente significativa no que refere-se às posturas adotadas em seu relacionamento e adaptação familiar, social e escolar. Uma das maiores dificuldades relatadas por professores é o “controle de disciplina”. A disciplina está interligada a metodologia da prática docente, a autoridade do professor, mais os alunos darão valor às suas exigências? Os alunos com este tipo de disfunção são excessivamente inquietos, agitados, com tendência à agressividade, se destacando no grupo pela dificuldade de aceitação e cumprimento de regras, muitas vezes, não produzindo o esperado para sua idade, representando assim, um desafio constante para suas famílias e a escola.
Crianças hiperativas conseguem ter uma boa atuação durante as primeiras séries iniciais, sendo possível que não sejam consideradas crianças com distúrbios. Nem sempre a incapacidade de uma criança concluir uma tarefa, está diretamente ligada à maioria das aptidões intelectuais da mesma. Ela pode não se dedicar durante muito tempo à determinada atividade, mas o tempo gasto nas tarefas muitas vezes resulta num trabalho completo e freqüentemente correto. As crianças hiperativas, quando têm sua atenção focalizada, são capazes de aprender tão bem quanto as outras.
Vale a pena ressaltar que o comportamento de crianças portadoras de Transtorno de Déficit de Atenção pode ser confundido ou interpretado, como teimosia. Entretanto, deve-se esclarecer que essa é a forma como ela expõe sua ânsia por experimentar sensações e situações novas. Cada criança age de acordo com sua expectativa e experiência de vida.
Com tudo, não devemos esquecer que o estabelecimento de limites é imprescindível na formação da personalidade infantil, pois dará noção de realidade à criança. Mas esta noção deve ser oportunizada diante de uma boa dose de sensibilidade e bom senso e, por muitas vezes, até tolerância, para não cair em excessos.
Considera-se fator principal para o diagnóstico, a parceria entre a família e escola, tomando como base a observação do possível portador. Sendo realizada por um período mínimo de seis meses, a fim de evitar o diagnóstico de crianças normais ativas como portadoras desse transtorno, sendo necessário encaminhar a criança a uma avaliação feita por especialistas (neurologista infantil, fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo).







A avaliação como centro do processo pedagógico


Atualmente é comum encarar o processo avaliativo como simples reprodução de conhecimentos impostos pela escola, não levando em conta o conhecimento prévio que o aluno traz. Assim, o ato avaliativo continua focado apenas em buscar conhecimentos quantitativos, levando o aluno a considerar que o conteúdo exposto em sala de aula é apenas para ser decorado e não aprendido, impossibilitando ao mesmo, a curiosidade na busca por novos conhecimentos.
Na história educacional, o erro sempre foi diagnosticado como fracasso. Na educação tradicional, o professor era tido como detentor do saber e o aluno como apenas um simples receptor de conhecimento, de conteúdos inquestionáveis.
Com o avanço no setor educacional, criou-se uma nova perspectiva voltada para a avaliação, onde o educador deixa de ser somente professor, passando a atuar como orientador de seus alunos na busca de novos conhecimentos. Assim sendo, utiliza o conhecimento adquirido ao longo do tempo de vida de cada educando a fim de transformá-los em seres socialmente ativos.
Para que a prática avaliativa educacional aconteça, é preciso que a avaliação assuma o papel de instrumento de diagnóstico, estando preocupada com a transformação social, traduzindo-se em um modelo socializante e de encaminhamento democrático.
Desta forma, o educando passa a ser sujeito de sua própria aprendizagem, ao passo que o professor torna-se o mediador da mesma, assumindo o papel de observador, possibilitando assim analisar a capacidade de participação e concentração do aluno no decorrer do ano. Essa avaliação dará ao professor uma ferramenta de reflexão contínua em sua prática metodológica, pois através dela surgem novos instrumentos de trabalho, além de tornar possível a revisão de todos os aspectos de ajuste, tendo em vista o melhoramento da mesma.
Um bom processo avaliativo exige que o professor se aprofunde em novas teorias de conhecimento, permitindo estabelecer conexões entre hipóteses e bases científicas. Esse procedimento lhe permite galgar novas possibilidades de investigação.
Uma boa aprendizagem significativa se dá quando o que é transmitido relaciona-se a realidade e aptidão dos educandos, sendo encarada como estratégias para mobilizar a aprendizagem, combater diferenças e desigualdades.
Hoje a avaliação, conforme define Luckesi (1996, p. 33):

"é como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão".


Ou seja, ela implica um juízo valorativo que expressa qualidade do objeto, obrigando, conseqüentemente, a um posicionamento efetivo sobre o mesmo.






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O Construtivismo da Educação

Para abordarmos um assunto, é preciso conhecer primeiramente o seu significado. Somente assim podemos dar inicio à compreensão. Com o Construtivismo não é diferente.
O Construtivismo parte da idéia de que nada está pronto, acabado, e de que, o conhecimento não é dado como algo terminado. Constitui-se pela interação do indivíduo com o meio físico e social, do simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; construído por força de sua ação, na bagagem hereditária ou no meio em que vive, podendo afirmar que antes da ação não há consciência e, muito menos, pensamento.
A princípio, tomando como base os estudos do psicólogo Jean Piaget (1896-1980), observou-se que a criança raciocina segundo estruturas lógicas próprias; que evoluem conforme faixas etárias definidas, e são diferentes da lógica madura do adulto.
O método construtivista propõe ao aluno participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, podendo esta ocorrer por intermédio de pesquisas em grupo, estímulo à dúvida e desenvolvimento do raciocínio, entre outros métodos. Tudo isso rejeitando a apresentação de conhecimentos prontos ao estudante, e utilizando, de modo inovador, técnicas tradicionais como, por exemplo, a memorização.
Podemos considerar o construtivismo uma sistematização do ensino necessária, mas aplicada com bom senso e flexibilidade.
São muitas as vantagens do construtivismo sobre as outras linhas de ensino, mas a principal é formar pessoas de espírito inquisitivo, participativo e cooperativo, com desembaraço na elaboração do próprio conhecimento.
Além disso, criar condições para um contato mais intenso e prazeroso com o universo da leitura e da escrita, torna a qualidade de conhecimento um aspecto positivo para o Construtivismo.
Mas como tudo sempre tem dois lados, ele também tem desvantagens. A mais significativa vem a ser o não oferecimento aos professores de instrumentos seguros e precisos em relação ao trabalho diário. Contextualizando em termos de quantidade de assuntos, esta é uma barreira muito grande para os que seguem essa linha pedagógica.
Vale a pena frisar que a ideia de que o aluno formado pelo construtivismo é melhor de raciocínio, com mais senso crítico, não transmite uma mensagem totalitária. Pois embora o construtivismo enfatize o processo de aprendizagem, este não ocorre desligado do conteúdo: simplesmente não há como formar um indivíduo crítico no vazio. Portanto, a aquisição de informações é fundamental. Porém, estimula a descoberta do conhecimento pelo aluno.
Deve-se lembrar que o Construtivismo admite que cada aluno tenha o seu processo particular de aprendizagem. A professora deve conhecê-lo, acompanhá-lo e fazer as intervenções adequadas. Mas isso não quer dizer centralização total, ao contrário. Valorizando o intercâmbio entre alunos e o trabalho de grupo, em que a professora tem uma presença motivadora e menos impositiva.






Alfabetizar é diferente de Letrar

Há um grande erro que os profissionais da educação cometem quando estão em sala de aula: pensam que só alfabetizar é necessário. Por muito tempo, pensava-se que apenas conhecer o código lingüístico era necessário. Hoje sabemos que, só possuir o conhecimento das letras, não torna ninguém necessariamente competente no uso da língua escrita.
Alfabetização é apenas um passaporte para o letramento. Precisamos dar a formação aos cidadãos participativos, levando em consideração a noção de letramento e não de alfabetização.
Letrar nada mais é que introduzir crianças no mundo letrado, trabalhando com distintas formas de escrita da sociedade. Essa inserção inicia-se quando a criança começa a ter interação social.
Segundo Vygotsky e Piaget, a aprendizagem ocorre de forma processual, de uma relação interativa entre o sujeito e a cultura em que vive. Isso nada mais é, do que o homem e os saberes próprios de sua cultura. Alfabetização e letramento costumam ter seus significados confundidos. É importante distingui-los, da mesma forma em que é importante também aproximá-los.
Diante disso, subentende-se, que a alfabetização é algo que nunca será alcançado completamente, não havendo um fim. Na realidade o que ocorre é sua amplitude no aluno, enfocando as práticas sociais, envolvendo a leitura e a escrita. A prática de ler e escrever deve partir de um entendimento abrangente de como ler o mundo.
É preciso estar “ligado” nos acontecimentos, para não sermos atropelados pela quantidade de informações, acompanhando as mudanças sociais, ocorrendo um tipo de “atualização individual”, que acarretará o crescimento e desenvolvimento de cada indivíduo. Respeitando o conhecimento prévio de cada um, a alfabetização ocorre através de um mergulho das crianças nas práticas sociais de leitura e escrita.
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
Paulo Freire








Dificuldade de Aprendizagem:
Erro profissional ou desajuste mental?

Atualmente o que mais vemos acontecer no processo de ensino – aprendizado está relacionado à dificuldade na aprendizagem. A educação é o setor em que ocorrem transformações definitivas na vida de uma pessoa. Não somente pelo fato de acontecer sucessos e fracassos nesse âmbito, mas também, pelo fator essencial que levará o assunto apreendido para a vida prática.
Outro aspecto importante é a “rotulação”. Não devemos rotular nenhum aprendiz, pois isso irá prejudicá-lo mais adiante, podendo acarretar sérias conseqüências em todos os aspectos da vida adulta. Devemos ver que esse educando possui uma linha desigual em seu desenvolvimento, ocorrendo assim um atraso mental por algum transtorno psíquico.
Normalmente essa criança sofre de hiperatividade ou hipoatividade, ocorrendo uma grande desordenação das idéias, baixo nível de concentração, problemas em seriações, problemas de disgrafias, desajustes emocionais como baixa alto – estima e dificuldade na habilidade social (agressividade).
Trata-se de uma criança normal aprendendo de forma diferenciada, no qual mostra uma diferença no tempo e forma de aprender. Não apresenta deficiência, não possui deficiência mental, pois tem um potencial cognitivo que não é assumido como aproveitamento educacional.
Lembrando sempre que o estímulo escolar e externo são fatores determinantes no processo de formação da inteligência global. Mesmo sendo apresentadas dificuldades, estas crianças, estão aptas a aprender tudo do que se pretende ensinar. Incluindo as inteligências relacionais, referente à capacidade de efetuar relações abstratas e as condicionais, que são os conceitos de acordo com o que foi apreendido, dando-lhe condições operativas.



Priscila Fraga é Pedagoga, pós-graduada em métodos e técnicas de ensino.
Autora do Blog Novos Processos

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